terça-feira, 25 de outubro de 2011

RESULTADOS DO PRIMEIRO ACAMPAMENTO OBSERVACIONAL DO CLUBE DE ASTRONOMIA DO IFSUL – CAMPUS CAMAQUÃ

                                                                                                                    Pelo Prof. Me. Fabian Debenedetti
   Órion surgindo no horizonte sobre o IF (colaboração Fábio  Tavares)

Como previsto no nosso calendário, na madrugada de 21 para 22 de outubro foi realizado o 1o Acampamento  Observacional do Clube de Astronomia do Campus Camaquã do IFSul. O principal objetivo do mesmo era acompanhar e registrar o máximo da chuva de meteoros Orionídeos. Como atividade preparatória, no marco da I Feira de Tecnologia e II Mostra de Ciências Exatas e suas Interfaces, foi apresentada uma palestra sobre chuvas de meteoros pelo Prof. Fabian Debenedetti. Os alunos integrantes do Clube professores e familiares estavam convidados a arribar no campus – local do acampamento – a partir das 22h.


A palestra introdutória sobre meteoros.

O acampamento antes de desligar as luzes
No total se fizeram presentes 50 pessoas incluindo familiares e entusiastas da astronomia sem vínculo com o IF. Participaram ativamente da observação dos meteoros 39 alunos além de quem escreve. A mesma começou às 02h sendo formadas cinco turmas de entre sete e nove alunos com a incumbência  de observar a longo de um período de entre 30 e 40 minutos. Cada turma por sua vez foi dividida em três grupos, sendo que cada um dos grupos teve a tarefa de olhar para um determinado sector do céu. Deste modo sempre tinha mais de uma pessoa olhando na mesma direção, considerando a interferência de algumas estruturas da escola, poderíamos considerar que a cobertura correspondeu a um 60% da semi-esfera celeste. As condições climáticas foram excelentes toda a noite, não se registrando a passagem de nenhuma nuvem até o amanhecer.
Uma turma de observadores em posição, ao fundo, os telescópios do Clube




A temperatura desceu desde os 18o até os 14o sendo a umidade entorno dos 60%. As condições de luminosidade, entretanto, não eram ideais por conta de a escola encontrar-se no perímetro urbano e em uma área de terras baixas, o que favorece o acúmulo de uma camada atmosférica mais úmida e refletiva ao longo da noite. Estimamos que a menor magnitude estelar aparente observável fosse de 4,5 a 5,0.
Metoros de acordo com o período de observação

A observação meteórica se estendeu até as 05h, momento em que a Lua e o cansaço dos observadores começaram a ameaçar a qualidade da mesma. No total foram registrados 64 meteoros como orionídeos e treze como esporádicos, ou seja, com trajetória diferente dos orionídeos. O período de maior frequência foi entre as 03h 10min e as 04h 20 min, contabilizando-se nesse lapso uma média de 16 meteoros por hora. A magnitude média dos orionídeos observados foi em torno de 1,5, acima do historicamente registrado, o que evidencia que na nossa contagem faltou serem registrados os meteoros de menor magnitude, como pode ser percebido nos gráficos, quase no houve registro de meteoros de magnitude 4,0 ou menor. Isto seguramente determinado pela luminosidade ambiente e pala falta de experiência dos observadores, que apesar disso, realizaram uma excelente labor.
número de metoros de acordo com a magnitude

Além da observação meteórica, desde as 22h até as 05h30min foram realizadas diversas observações com e sem telescópios. Os alunos identificaram constelações e estrelas de referência para a observação meteórica. Júpiter foi observado ao longo de toda a noite com vários aumentos, permitindo perceber o movimento de rotação do mesmo através da mancha vermelha e os detalhes das faixas de nuvens, assim como verificamos a mudança na posição dos satélites do gigante gasoso. Observamos Urano, Marte e a Lua (perto do amanhecer), M43 (a nebulosa de Órion), M31 (a galáxia de Andrômeda), NGC 104 (aglomerado globular conhecido como 47 Tucano) e as Plêiades. Por último, também perto do amanhecer, observamos a passagem da ISS (Estação Espacial Internacional).  
Um registro da Lua na noite do acampamento



Sem dúvida foi uma experiência estimulante, os alunos integrantes do Clube ficaram muito entusiasmados, não só com  a observação, senão, também pela possibilidade de confraternização, coisa que não deve ser deixada de lado, é muito bom poder fazer ciência com diversão. Se bem os alunos pedem um acampamento à brevidade, pelo nosso calendário o próximo está previsto como encerramento do ano para o dia 14 de dezembro, data em que está previsto o máximo dos geminídeos. Desta vez faremos o acampamento no interior, para otimizar as condições de observação.

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